Proibido deitar: este é o título da intervenção urbana produzida pelo grupo
O Clube Teatro e Variedades, sendo mais um dos espetáculos do FIT (Festival Internacional de Teatro), encerrado ontem. Dirigida por Rita Clemente e com elenco formado por Daniel Toledo, Carolina Rosa, Isaías Campara, Patrícia Siqueira e Regina Ganz, a peça aconteceu às 11 horas, no Parque Municipal da cidade. O ponto de partida da obra, presente em seu título, foi o pouco comum, além de autoritário, comando pintado nos bancos do parque: é proibido deitar. A peça buscou fazer com que o público refletisse sobre o espaço urbano e a nossa inserção nele.
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Cartaz publicitário da peça |
As intervenções urbanas, pelo que percebi ao assistir à peça, nos introduzem num campo de sensações e trabalham com o envolvimento da platéia, modificando o significado e a noção do senso comum que temos da nossa relação com o espaço.
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Uma das intervenções da peça |
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Na cena acima, os travesseiros e colchões pendurados no alto das árvores remetem aos efeitos do sono (ou da falta dele) sentidos pelos personagens no decorrer da apresentação. Simbolizam também, e isso é explicitado durante o espetáculo, tudo aquilo que é para nós inalcançável: os sonhos que não realizamos, a coragem que não temos, as emoções que sufocamos.
Além de ser uma peça bonita de se ver, por interagir com o espaço natural do Parque, existe ainda uma questão "política" que envolve o tema em questão. Quem escreveu a mensagem nos bancos? Por que? Baseado em que lei? Haveria outra forma de conciliar melhor e ao mesmo tempo o ambiente, o patrimônio público e o nosso direito ao lazer? Ficam as perguntas, já que a peça não as responde.
Valeu a pena ter ido conferir! O espetáculo esclareceu a noção superficial que eu tinha sobre o que realmente é uma intervenção urbana, e isso será importante no decorrer do curso.