terça-feira, 19 de outubro de 2010

Lápis com arte.


Obra do artista Dalton Ghetti. Mais aqui.

Orquestra de Ouro Preto_ Cantigas de Bem Querer

"Cantigas de Bem Querer é um espetáculo cênico-musical criado pelo Instituto Candonguêro Arte e Cultura em parceria com a Orquestra Ouro Preto. Trata-se de uma encenação com dois personagens: Lili, uma boneca de pano, e Tatá, um boneco de madeira. Esses dois bonecos chegam ao concerto de uma orquestra e interagem com as músicas por meio de cenas, cantigas e brincadeiras. No repertório, músicas como “O Cravo Brigou com a Rosa”, “Terezinha de Jesus”, “Cai-cai Balão”, entre outras do cancioneiro popular brasileiro, todas arranjadas pelo maestro alemão radicado no Brasil, Ernst Mahle. O espetáculo é uma deliciosa viagem pelas raízes das brincadeiras e músicas populares do Brasil."  Essa é a descrição do espetáculo disponibilizada pelo site do Chevrolet Hall, que faz parte do programa Diversão em cena, em que a empresa ArcelorMittal patrocina eventos culturais voltados ao público infantil. Além de realmente ser uma nóstalgica viagem pelas raízes do Brasil, é divertidíssimo ver o quanto as crianças ficam deslumbradas com a peça. Gritam, pulam, dançam, interegindo à sua maneira e com uma naturalidade e expontaneidade que, infelizmente, não pertencem mais ao mundo adulto. Apesar disso, a peça desperta a criança que todos somos e também consegue nos fascinar, tanto pela bela orquestra quanto pelo lado lúdico que a apresentação tem. A última apresentação em BH aconteceu no domingo (dia 17), no Teatro Dom Silvério. A próxima será em Sabará, vale muito a pena ir conferir.

Orquestra de Ouro Preto
Tatá - O boneco de madeira

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

Disse que me disse: Equilíbrio arquitetônico _ Louis Kahn

Por trás do prazer gerado pela justaposição de ordem e complexidade, esconde-se uma virtude arquitetônica complementar chamada equilíbrio. Quando os arquitetos sabiamente encontram um ponto médio entre qualquer oposição - o velho e o novo, o natural e o artificial, o luxuoso e o modesto - geralmente se produz belos resultados. E Louis Kahn foi mestre nessa arte de conciliação. No Yale Center for British Art (Connecticut, New Haven, 1977), sua última obra, só concluída postumamente, Kahn interagiu com paredes de concreto e painéis de carvalho inglês, um par com enormes diferenças materiais entre si.

Yale Center for British Art
Na construção, Kahn demonstrou que cada material devia mostrar a sua essência e vontade de ser. A força, a longevidade, e a nobreza do carvalho há muito proporcionam aos ingleses uma imagem idealizada da cultura local. Em torno de painéis de madeira pairam, portanto, associações com a vida rural, a aristocracia e a história, além dos cheiros de couro e uísque. Já o concreto é o material que personifica velocidade, economia, força bruta. Como um anfitrião inteligente diante de um par de convidados para jantar de mundos nitidamente opostos, Kahn ajuda estes dois elementos distintos a reconhecer as virtudes um do outro. Ele consegue reconciliá-los, mas não tenta disfarçar ou diminuir suas diferenças.

O par inusitado

Simetria e repetição, dois recursos de Kahn
Volumes...
A conjugação desses materias não é novidade nas obras de Kahn, que também os usa na Exeter Library (New Hampshire).
Exeter Library
O Yale Center for British Art é um elegante ensaio sobre como passado e presente podem aprender a coexistir e se completar mutuamente.

Referências: Alain de Botton - A arquitetura da felicidade
Yale Center for British Art - http://ycba.yale.edu/information/info_architecture.html
Josep Maria Montaner - As formas do século XX
Documentário "My architect", de Nathaniel Kahn.

Yale Center for British Art

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Bandeira Anti-Positivista

Positivismo despercebido.

   Enquanto a gente esta aí, enrolado com planilhas Excel e contas a pagar, pensando na morte da bezerra ou se hoje a noite, quem sabe, enquanto assiste a novela, vai cortar as unhas do pé, coisas incríveis acontecem pelo mundo. E muitas vezes não nos damos conta disso.
   Estava no horário de almoço, pensando no tamanho que a fila da balança alcançaria até que eu chegasse no restaurante, quando de repente vi, reluzindo ao Sol do meio-dia. Fazia aquele trajeto sempre, há anos, mas nunca havia reparado com atenção a praça até que o inusitado me despertasse. Em um instante a preocupação com o tamanho da fila da balança do restaurante, que a essa altura deveria estar enorme, desapareceu, cedendo lugar à curiosidade. Imaginei se eu não ficaria muito ridículo parado ali, apertado dentro do terno, tentando entender o motivo daquele objeto. Quando percebi que todos que passavam também estavam muito preocupados com o almoço e com planilhas Excel, tomei coragem e atravessei a rua.
  Estavam ali, e a primeira idéia que tive foi de me esconder do Sol dentro daquele espaço. Também poderiam me proteger da chuva, mas não era esse o caso. Assentei. O ar fresco da sombra descansou meu corpo. Parecia que a adolescência havia sido na ultima quinta feira. Estava ali, nos adolescente que saiam da escola sorrindo, no senhor da banca que parecia viver sem se preocupar com o relógio, na vida que corria devagar. Sentei e continuei sem entender o motivo do lugar, mas percebi o convite à reflexão que o espaco propunha e o quão nostálgico ele poderia ser.
  Depois de algum tempo, me levantei e fui embora, a preocupação com a fila finalmente havia me vencido. Voltei na próxima semana, quando já não havia mais nada. Havia apenas a praça, que parecia outra depois que eu finalmente a enxerguei. Coisas incríveis realmente acontecem pelo mundo, o que precisamos é saber parar para ver e apreciar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Exercício - Photoshop

Villa Arpel - O retorno

Referências Pavilionísticas

Alunos da Trier University of Applied Sciences, na Alemanha, tiveram a criativa idéia de construir um pavilhão feito de caixas de pizza. Entitulado de Commodulate, no pavilhão, assim como na obra Be Palleto, o uso inusitado de um material de relativa simplicidade agregou valor tanto estético quanto "sustentável" ao objeto. Estudar projetos realizados por alunos é um verdadeiro exercício para dimensionar nossas próprias ações.

Commodulate

Apropriação do espaço
Construção do pavilhão

Mais informações, fotos e vídeos aqui:  http://www.commodulate.net/

O outro pavilhão, ou pequeno Castelo de Grayskull, como queiram, é o Recycloop, desenvolvido pelo grupo 2012Architecten, com a colaboração da artista Jeanne van Heeswijks. Montando com pias de cozinha recicladas, o pavilhão realmente parece um castelo de aço inoxidável, serve a diversas atividades e pode ser montado de formas e em ambintes diferentes.


Recycloop


Vista interna da estrutura




Novas possibilidades de uso





Mais fotos, aqui: http://www.flickr.com/photos/2012architecten/893341317/in/set-72157600227815063/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O que é arte? Para que serve? _ Inhotim

Quando falamos em arte, dizer que um acervo pode (e deve) ser visto sob diversas perspectivas é sempre válido. Levar as indagações de Paulo Bruscky até o Inhotim pode ser um bom ponto de partida para se criticar o lugar. Inaugurado em 2006, o Instituto Inhotim reúne, em uma extensa área verde, diversas galerias e um acervo apreciável de obras de arte contemporânea. O espaço, que conta com galerias fixas e temporárias, é um verdadeiro banquete para os olhos.

Inhotim

Ainda assim, por vezes a arte parece estar um tanto quanto "banalizada" dentro do próprio espaço. Não cabe aqui questionar se uma determinada obra é feia ou bonita, já que tal questionamente é infudado, mas uma obra que não tenha tanto refinamento, quando exposta no Inhotim, ganha um destaque que talvez não seja condizente com o que ela realmente é.


Chamativa por suas vibrantes cores, a obra Penetrável Magic Square é belíssima. Ainda assim, me pergunto se algumas das propostas feitas por nós para o Pavilhão Anti-Positivista não ficariam tão belas quanto se expostas ali...


Foram muitas as obras, espaços e pavilhões que despertaram de forma intensa a minha atenção, mas nenhum por ter tamanha simplicidade e tanta riqueza sensorial quanto a "Secção Diagonal", de Marcius Galan.

Marcius Galan, Secção Diagonal
Jogando com maestria as cores e a secção, o artista consegue criar a sensação de que há um vidro dividindo a sala, sensação que se confude com realidade para muitos. Outra obra incrível de se ver foi o "Desvio para o Vermelho", de Cildo Meireles.

Cildo Meireles, Desvio para o Vermelho
Com uma base de trabalho aparentemente simples, que é a cor vermelha, cria-se uma gama de sensações inusitadas, principalmente quando o usuário da obra percebe onde toda aquela cor começa (ou termina).As possibilidades de interações são muitas, já que a sala é recheada de detalhes nos tons  vermelhos.
 
Sim, valem os R$5,00


Apesar das indagações, permanece a certeza de que o lugar merece ser visitado por aqueles que estão de olhos abertos para o novo e filtram, de forma crítica, tudo aquilo o que se vê.